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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Maranhão 2x0 Piauí

A deficiência de infraestrutura de ferrovia e rodovia, a falta de porto e a necessidade de melhores serviços de educação e de saúde foram determinantes para a Suzano Papel e Celulose transferir para 2014 a decisão sobre a compra dos equipamentos para a implantação da unidade industrial de produção de celulose no Piauí. A decisão da Suzano paralisa investimentos da ordem de R$ 5,5 bilhões no Piauí, o equivalente a aproximadamente um terço do PIB (Produto Interno Bruto) piauiense, a soma de todas as riquezas do Estado. A fábrica, que ficará em Palmeirais (110 quilômetros ao Sul de Teresina), deveria estar sendo iniciada ainda este ano, com sua conclusão e entrada em operação prevista para daqui a dois anos. Agora, começando a ser instalada em 2014, como garante a empresa, deverá estar concluída até 2017. A previsão é de geração de 2,5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos. Enquanto adia a instalação da unidade fabril no Piauí, a Suzano está iniciando o segundo projeto no Maranhão - a Suzano Energia Renovável (SER), destinado especificamente à produção de pellets, que são pedaços de madeira para geração de energia através da queima. Esta unidade deverá produzir 2 milhões de toneladas de pellets por ano, a partir de 2014. O outro projeto da Suzano no Maranhão está sendo implantado em Imperatriz, com investimentos de aproximadamente R$ 5,5 bilhões. É uma fábrica semelhante à que estaria sendo iniciada este ano no Piauí, destinada à produção de celulose para os mercados europeu e asiático, e onde já estão trabalhando 4 mil funcionários. A unidade de energia renovável vai ser instalada em Chapadinha, que fica a aproximadamente 320 quilômetros de Teresina, na região de São Bernardo, cidade separada de Luzilândia (230 quilômetros ao Norte da capital) apenas pelo rio Parnaíba. Segundo a diretoria da Suzano, vão ser investidos ali cerca de R$ 3 milhões. Empresários e industriais ouvidos pelo DP disseram que a Suzano decidiu ampliar os investimentos no Maranhão e adiar os previstos para o Piauí por causa da infraestrutura de transportes (ferrovias e rodovias), a existência do porto de Itaqui, em São Luís, e a melhor oferta de técnicos e de profissionais nas áreas em que a Suzano trabalha. O vice-presidente da AIP (Associação Industrial Piauiense), Gilberto Pedrosa, observa que ferrovia, boas estradas e profissionais qualificados são fundamentais para a implantação de qualquer indústria - e mais ainda para as de grande porte, como a Suzano. Ele lembra que a ideia inicial da Suzano era implantar a indústria em Nazária, a 30 quilômetros ao Sul de Teresina. A mudança para Palmeirais aumentou os custos de construção de uma ferrovia de Teresina até a fábrica, um dos compromissos assumidos pelo Estado para trazer a Suzano para cá. "De 30 quilômetros de ferrovia, passou para 60 quilômetros", diz ele. "O problema é que o Governo não tem nem projeto dessa ferrovia", complementa. (fonte 180graus.com)